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Da Série: PSICOMOTRICIDADE, autora: Rosângela Pires dos Santos

Começando mais uma série aqui no BLOG galera, seguindo rumos do livro "Psicomotricidade" da autora Rosângela Pires dos Santos.

Definição de Psicomotricidade

A psicomotricidade é a relação entre o pensamento e a ação, envolvendo a emoção. Assim, a psicomotricidade como ciência da educação procura educar o movimento, ao mesmo tempo em que envolve as funções da inteligência. Portanto, o intelecto se constrói a partir do exercício físico, que tem uma importância fundamental no desenvolvimento não só do corpo, mas também da mente e da emotividade. Sem o suporte psicomotor, o pensamento não poderá ter acesso aos símbolos e à abstração. É a ciência que estuda o homem através do seu corpo em movimento e em relação ao seu mundo interno e externo e de suas possibilidades de perceber, atuar e agir com o outro, com os objetos e consigo mesmo. Está relacionado ao processo de maturação, onde o corpo é a origem das aquisições cognitivas, afetivas e orgânicas. A estimulação do desenvolvimento psicomotor é fundamental para que haja consciência dos movimentos corporais integrados com a emoção e expressados pelo movimento, o que proporciona ao ser uma consciência de indivíduo integral.

Evolução Histórica da Psicomotricidade
Historicamente, desde 1900 até a presente data, o percurso e a evolução da psicomotricidade desenvolveu-se de acordo com diferentes cortes que vão modificando e acionando um olhar clínico específico. O primeiro corte epistemológico procura superar o dualismo cartesiano, utilizando práticas reeducativas determinadas pelo conceito de correspondência entre paralelismo mentalmotor. Nessa etapa a influência da neuropsiquiatria é determinante numa clínica centrada no aspecto motor e num corpo instrumental, servindo como ferramenta de trabalho para o reeducador que se propõe a concertá-lo. Nesse segundo corte, tem grande valor as contribuições do âmbito psicológico, especialmente da psicologia genética, passando a considerar a passagem do motor para corpo, aonde este corpo passa a ser um instrumento de construção da inteligência humana. Aqui o olhar já não está mais situado no motor, mas num corpo em movimento, um corpo produtor de sua ação da vida intelectiva. Já não se trata mais de uma reeducação, mas de uma terapia psicomotora que opera num corpo, que se desloca, que constrói a realidade, que conhece, que sente, que se emociona e cuja emoção manifesta-se tonicamente. O tônus muscular, as posturas, os gestos e a emoção como representante de ordem psíquica do corpo, seriam produções do corpo a serem abordadas num enfoque terapêutico. Este enfoque global do corpo da pessoa: uma dimensão funcional, uma dimensão cognitiva e outra dimensão tônica-emocional. Com a contribuição da teoria psicanalítica, surge uma virada conceitual que já não centra seu olhar num corpo em movimento mas num sujeito com seu corpo em movimento. Já não se trata mais de um sujeito visto como uma “globalidade”, mas de um sujeito dividido contendo um corpo real, imaginário e simbólico. Esse corte vem fundar uma clínica psicomotora centrada no corpo de um sujeito desejante, não mais numa terapêutica fundamentada em objetivos e técnicas. A inclusão do inconsciente no âmbito psicomotor traz conseqüências teórico-clínicas. Ao longo da história do âmbito psicomotor observamos diferentes transições: do motor ao corpo, deste ao sujeito com um corpo em movimento. É da concepção que se postule acerca do sujeito que irá depender a prática clínica que se leve a termo. Atualmente encontramos a reeducação psicomotora, a terapia psicomotora e a clínica psicomotora.

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